VPor Thiago Toshio Ogusklo: Creative Technologist – Chief Metaverse Officer: Cofundador e produtor de conteúdo imersivo da GoVision
O arquiteto Lúcio Costa definiu a arquitetura com a frase “A arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o
O metaverso é inadiável. Talvez algumas pessoas ainda não estejam familiarizadas com ele, mas seus filhos provavelmente estão. Muitos jogos multiplayers (como Roblox, Minecraft e Fortnite) transcorrem num espaço digital que se configura como uma área social, usada por crianças e jovens como ponto de encontro, com função semelhante às das praças e outros ambientes frequentados pelos pais, antigamente, para socializar.
Como o próprio nome sugere, o metaverso está para além do universo: ele transborda para o virtual. Algumas de suas características principais são: a persistência (não é possível interrompê-lo ou reiniciá-lo, já que ele existe em paralelo com a vida real), seu caráter ilimitado (como ele ocorre em tempo real, não há limites para a quantidade de pessoas que o acessam) e sua economia plena (que se conecta ao mundo físico e ao digital, às redes públicas e privadas, a plataformas abertas e fechadas, perseguindo a ideia de unir os universos). Uma grande variedade de tecnologias estão ligadas ao metaverso, como os óculos de imersão (que teletransportam o usuário para um universo sintético de realidade virtual, onde os movimentos e experiências são simulados) e os óculos de realidade aumentada (que trazem elementos de um universo virtual para a realidade do usuário, a exemplo dos filtros de aplicativos), permitindo que iniciativas que estão no mundo físico se propaguem para os ambientes digitais criando um ecossistema com propriedades relacionais profundas e eficientes para pessoas que estão separadas geograficamente.
O 5G também é um fator relevante para o metaverso, porque sua velocidade extraordinária de processamento e sua capacidade de gerar uma infinidade de dados permitem o avanço e a convergência das mais poderosas tecnologias: a internet das coisas, a inteligência artificial, os sensores que poderão ser inseridos nos botões das nossas roupas, ou até nas nossas células, produzindo informações em tempo real que no futuro serão inseridas no metaverso.
O tema da “realidade virtual” cresceu discretamente nos últimos 10 anos e se afastou das massas em pequenos nichos. Os entusiastas da realidade virtual tentam conciliar os desafios de um mundo virtual com o mundo físico e real usando dispositivos que às vezes são de difícil acesso, como os Headsets VR, conhecidos como óculos de realidade virtual.
Para Thiago Toshio, os desenvolvimentos atuais fazem parte de uma evolução natural da tecnologia que começou em um PC, passou para o mobile e caminha para a realidade virtual.
“Juntar-se a um espaço 3D assim como nos populares jogos multiplayers, nos quais os participantes podem se movimentar, ouvir conversas ao seu redor usando áudio espacial e interagir com outros usuários, torna os eventos virtuais muito mais humanos. A interação dentro de um Headset VR leva toda a experiência a um novo nível, mas o desafio atual é criar experiências em que a maioria das pessoas no início de 2022 está ingressando em monitores de tela plana ou em seus smartphones.”
O usuário não apenas olha para uma parede de vídeo, mas também experimenta um mundo virtual, assim como faria na realidade. A ideia central por trás disso é apelar para todos ossentidos do usuário. O movimento com um “eu artificial” (também chamado de avatar) promove a própria identificação. Além do avatar, as webcams dos participantes também são exibidas para estabelecer um link para pessoas reais.
Para as marcas, uma ampla gama de oportunidades nasce dessa explosão de tecnologias que, cada vez mais, tendem a se conectar entre si. Um exemplo é quando grandes corporações de vanguarda de repente começam a se dedicar 100% a esse tema e como no caso do Facebook.
No momento, parece que grandes marcas de diversos setores estão mergulhando os pés no metaverso.
Assim como muitos no início dos anos 2000 pensaram que nunca precisariam de uma presença na mídia social, as marcas na década de 2020 precisarão começar a configurar equipes metaversas que irão ajudá-las a entrar na era da Web 3.0.
É fundamental desenvolver uma estratégia de como transferir suas atividades para o mundo virtual e preparar seu negócio para a realidade virtual já hoje.
Construir um metaverso em torno de sua marca atualmente significa criar um design de engajamento orientado para o usuário que inclui experiências digitais totalmente imersas, para que os usuários tenham interesse em interagir com o seu produto e se envolver em um nível mais profundo.
Uma nova interação da internet está sendo trabalhada e isso terá implicações enormes para a sociedade. Profissionais de marketing, comunicação e branding enfrentarão novos desafios, mas também novas oportunidades. Esta nova era do metaverso irá desencadear uma criatividade incrível e abrir novas fronteiras e horizontes para marcas e negócios. Aqueles que entenderem a cultura on-line, arte digital e experiências de jogos prosperarão no metaverso. “Imersivo” é a palavra mágica aqui.